terça-feira, 25 de outubro de 2011

Reflexo do Boêmio

Há nostalgia!
Como não olhar pra estrada e ver que antes do asfalto tudo ali era um chão de terra?
Como não me ver correndo com uma bola e lembrar-me da minha blusa suja do tempo
Que me fazia feliz e honestamente eu não sabia?
Como não lembrar dos meus amigos que ali se faziam e se refaziam em gritos, em conversas em risos,
Do tempo que era meu e quase infinito?
Como não voltar aos tempos de campinhos retóricos ao mangueirão
O que fazer pra não lembrar-me do tempo em que não se via tantas preocupações
Em que refletia-se e repartia-se em alegria nossas emoções?

Ah tempo!
O tempo em que corria-se e vivia-se como um ser humano puro
em que não me fazia parte as ambições
em que eu era o tempo dividido em atenção e suor;
em que o desejo dos dias se fazia sem a necessidade de submissão ou de obrigação
em que o divertido era prazeroso
em que a vida articulava-se na poesia de simplesmente vivê-la.
 Phelipe Gomes

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Reminiscência

Há dias que prefiro seus olhares mais perto.
A saudade ecoa de maneira próxima
De diversas maneiras e formas
Que mostram-me o quanto vocês são significantes
Que constroem em mim um ser que eu ainda não era
Fazendo-me reviver o que já vive
Revelando-me lembranças da minha melhor parte
Revitalizando meu mundo, minhas verdades
Reconstruindo-me em braços abertos de sentimentos
Que antes não me faziam parte
Mostrando-me ao mundo e o mundo como uma bela forma de expressão de arte.
 Phelipe Gomes

domingo, 9 de outubro de 2011

Caleidoscópio

O que esperar dos teus olhos?
Eles me dizem muito mais que palavras
O que não esperar dos teus gestos?
Eles me mostram você como eu não imaginava

O que dizer das tuas palavras ?
Elas fogem sempre em busca de um refúgio
O que fazer diante de você?
A não ser naturalmente  observar-te

O que fazer diante de nós?
Se não admirar-te e silenciar-me
Desejar-te e silenciar-me
Procurá-la e mais uma vez procurar minhas respostas em você.

Phelipe Gomes

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Anteontem Mais Do Que Presente

Na perspectiva dos dias
Segue-se um passo de cada vez
Na esperança de uma dia melhor;
Na tentativa de um homem realizado;
Na tentativa de me tornar um ponto visível numa reta;

A cada vez de vez em vez
Perco-me na ilusória repetição da derrota
Ou na dor da iminência da vitória

Na perspectiva de cada vez
Assombro-me nas sombras da luz do horizonte do meu passado
Na repentina frequência distorcida em espirais
Que levam-me ao mesmo ponto que me trazem o mesmo início
Que levam-me à saída
Que equivale a mesma entrada.

 Phelipe Gomes