sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ARLEQUIM

Harpas e acordes
Nem um barulho, olhos atentos por favor,
Para que assim tudo ao seu tempo siga seus moldes

Agora Baterias e rojões
Entre em cena o bobo da corte
Silenciando os canhões

Gargalhadas, públicos e muita pipoca,
Maquiagem ocultando o riso
E a solidão que disfarçadamente a sufoca

Mais um riso, mais uma cortina,
No término do espetáculo,
Mais um pensamento ácido em meio à serpentina;

No ato, o riso fácil
Em muitos risos a multidão
No espetáculo muitos abraços apertados
Cada um em sua devida ocasião
No recanto pacato
Uma vida miserável, regada sobre bebida

E a mais um desejo que a vida profissional ganhe direção. 

domingo, 15 de novembro de 2015

Auto Retrato

Um pouco mais de café e afeto
De mim só um tanto mais
Quero só um pouco mais de carinho
Me entrego sem medo
Sem lêvedo
Me deixo ir com tenaz;

Um tanto mais do seu jeito
Entrançado ao meu estranho tímido novo mundo
Um pouco mais de alma
Me entrego apaixonadamente sem devaneios
Um adolescente revelando-se sem freios
Me deixo fluir com calma;

Um trago a mias do seu cheiro
De mim sempre um tanto mais de pele
Quero sempre mais do seu sabor
Me entrego ao seu dispôr
Sentimento residente em gueto
E deixo que o amor me expele.


VISÍVEL MUNDO INVISÍVEL

Acordei com monstro no conector do celular
Ontem ele estava na calçada da casa
agora ele sussurra ao lado enquanto escrevo
E quando eu menos percebo
Ele cria asa
e me surge na divisa do quarto com a sala de estar
LOUCO!!!
Na porta do banheiro ele cria números
enquanto a água escorre no cabelo
Irracionalmente cria-se uma lógica de rituais
e enquanto tudo suja toda a pura vez branca da mente
Eu sigo na luta constante de réu em vários tribunais
CULPADO!!!
Assim segue o monstro invisível
Destruidor ácido do que me constitui sensível
E em todas as óticas de me achar desprezível
Sigo a tentar encontrar uma saída possível
Que esteja além desta química perecível
Desta perseguida rotina destrutível

TOC!!!

À CAMINHO DO PERENE RIO

O rio corre
Meninos movem-se,
Antes que toda água do açude jorre
Os galos cantam
E os meninos correm
Tangendo o gado
Atrás de uma bola, de uma ave
Ou com trouxa  de roupa as costas.
Mata a dentro
Piçarra misturada com pedras afora
Construções de pau-a-pique revela mais um menino para o mundo
antes que ele venha a correr, o menino chora
Compadres esperam um pouco
Para um delicioso doce
Quem sabe um café
Ou um leite tirado na hora
No  rádio de pilha
Baladas sertanejas de violas
Na calçada um senhor pita mais um cigarro de palha
Os pássaros livres entre os galhos
Mal sabem que passarão a serem domesticados em gaiolas

E os meninos?
Os meninos ainda correm...

Meninas trafegam a inocência
Tranças, piolhos, nada a mercê da moda
Correntes de trancilin, cai no poço, competições de pula corda
Sem buzinas, sem sinais, sem amarras, sem consolas
Os carros se camuflam em carroças
As grutas ecoam o som calmo das junções dos rios,das grotas
As matas verdes respiram sem escórias
O azul do céu aqui não se confunde com o cinza
E a correria urbana do tempo
Ganha outro contexto itinerário das horas

E os meninos e meninas ?
Deram uma pausa para irem a escola

Assim tudo segue 
Amanhã começará tudo outra vez:
Bicicletas, motos, carroças,carroçais,
Rios, pássaros, estrumes entrando pela derme das narinas
continuará tudo na mesma rotina
Com o sol queimando a cabeça, enrugando a pele
E o suor misturado a poeira coçando a retina
Mas antes disso o sol se esconde
A lua surge com sua poesia ao longe
As veredas temem lendas
e outros contos que se escondem ao monte
Estrelas anunciam o sono e desejo
De um povo que segue a vida
na passada da devoção de um monge.

E os meninos e meninas ?
Agora eles dormem.


CRISE DE IDENTIDADE

Perdido não sei,
Confuso creio que bastante,
Mas a cada dia
O agora me convence
que podemos reescreve o futuro
mas sem apagar o passado
quem sabe assim
não cometemos os mesmos erros de antes.

Fotografias se perdem aos olhos
queria não ler meu horóscopo
Pois  acordei achando o dia cintilante
e tudo que me rodeia
não parece mais distante;
E as dúvidas frequentes
Me tornam cada vez mais delirante
Quem sabe hoje tudo fique suspenso, leve
Talvez a brisa venha acalmar
E  o por do sol ou começo da noite
Venha projetar suas luzes
sobre este coração irradiante.


BOÊMIO ROMÂNTICO

Entre o sangue e vinho,
 entre a flor e os espinhos,
 assim corre em contradição,
 simultâneos passos de diferentes caminhos.

E a vida ganha outras formas
que meu mundo ainda não encontrou o pergaminho
A minha solidão é em multidão
E  a rota da vida segue com intenso carinho

Cicatrizes  e outras diretrizes
cronometram cada gole do meu vinho
E antes que minha falsa intelectualidade
Ganhe aspecto mesquinho

Eu volto a mesa
e rodo com meus olhos a mistura do branco com azul marinho
Mas o Céu aparentemente estático
Me deixa ver que aonde eu for

eu nunca estarei sozinho.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Garçom traga-me um psicólogo por favor !

O que fazer para seguir ?
As ofensas não são minhas
Para onde ir ?
Eu corro procuro abrigo
Mas a verdade é que ninguém deve assumir
Aquilo que me torna mais um dentre todas as pessoas mesquinhas


Não é de mim
Todas as ofensas não partem da minha cabeça
Eu ainda rezo para que elas sumam,
Para que toda esta loucura desapareça

Mas como uma tortura, sigo um dia de cada vez,
Procurando uma cura que nela esteja a paz que eu mereça
Esperando uma alegria que toda pessoa deseja
E podendo me fazer um cidadão comum
Em que deste modo todas estas vozes sumam de vez e assim me esqueça.

Eu acordo e durmo simplesmente buscando ser mais um cidadão comum
Querendo ter o direito de poder fazer uma oração,
De ler, comer, de não ter repetidas ações ao mudar o canal da televisão.

Assim esta doença vai sequestrando minha vontade de viver,
A minha esperança de vencer
E minha identidade só tende a se perder,

Enquanto a insegurança vem a se engradecer
E uma vontade de aniquilar esta dor que não esquece meu ser.



Memórias Póstumas de Brás

O silencio da alma é o vazio inculto do que não fui,
O silencio do que habita em mim
É improprio até a próxima ordem,
São folhas brancas de cetim.

Há o que se partir,
Têm de infringir o que a tortura capilarmente destrói,
Não sei de onde vem esta acidez que me corrói
E não sei se qual o material para desta ponte que se constrói.

Só sei que meus sonhos se perderam
Como trituras em um moinho
E já não faz mais sentido viver em devaneios
Afinal o bom sujeito concretizou-se em um ser mesquinho.

Que assim venha meu descanso em paz
E na posterioridade meu ser estará tatuado com respeito e carinho,
Afinal sempre paguei a prestação de ser prestativo

Mas estava escrito este meu silencioso caminho.

sábado, 17 de outubro de 2015

Repertório Antigo

A solidão me consome
Trancafiado em um quarto de ilusões
Rasgando meu peito toda a saudade projetada
Toda a minha infância me saltam os olhos pela janela
E ingerem todas aquela época de forma engasgada;

Meu mundo retrocede
Eu vejo meninos correndo e se escondendo
Chego até ouvir gritos
E a sentir falta daquele silêncio me remoendo;

Nesta passada segue a Nostalgia
Rasgando a carne e queimando por dentro
Assim como o tempo se foi corroendo,
Assim como as folhas foram caindo, desaparecendo
Porém dentre tantas páginas já escritas
As da minha velha infância são as que sigo lendo.










quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Encontro

Casa vazia, móveis estáticos,
Creio ser a hora correta,
O silêncio torturado e tentador indica permissividade
Para toda minha tristeza e insanidade.
                                                                        
As Luzes acesas, concomitantemente desloco a mesa,
Linha de madeira enrolada e refugiada em corda,
Voltas e voltas e um filme se passa
Desde os primórdios da minha infância gorda
Até aquela minha situação mórbida.

Pés sobre a mesa,
Pescoço rodeado pronto para forca
Sendo as leis de Newton basta agora um pouco de força
Para que tudo se esvaia e assim eu desapareça com esta cabeça louca;

Um ultimo olhar sobre tudo ao meu redor,
Deveras me cansei de frustrar o que eu queria de melhor,
Ganhei desgosto nos gostos das derrotas,
Acho que já é chegada a hora de buscar a paz que tanto quis achar
E assim também venha o descanso de quem sempre se achou o pior.

E para que se faça a ação da tração de Newton desloco a mesa,
A Casa ficará mais vazia para depois ficar cheia
Que Deus e Jesus me perdoem,
Mas a covardia foi à forma que escolhi para esta dor que me rodeia.

sábado, 29 de agosto de 2015

Vamos sorrir para a tristeza

Tia retornei a base, retornei a base
retornei como um verdadeiro fracassado,
Semblante de derrotado
E no fim é isso que sou,
simplesmente um menino mimado
Mais uma vez eu vi um vulto do que fui no passado;


Tia voltei como um cidadão acostumado
voltei novamente derrotado,
cedi aos empecilhos que a vida me deixou
vertigem de restos e rastos
uma podre feriada aberta
Voltei tia e não há nada cicatrizado.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Frágil

Deem-me um cigarro,
ao menos um cigarro
hoje estou cansado
e não posso parar .

Por favor eu peço
apenas um misero cigarro,
pois calejo estressado
das rasteiras que a vida dar;

Sei que não fumo,
Mas sei que não matarás um mísero cigarro
E assim correrão meus olhos desassossegados
Reparando os estragos que eu vim a causar.
Por favor só um cigarro
para este pobre coitado
que já não tem força para lutar.

Doca à Beira Mar

Hoje lembrei de você morena
E já sinto saudade de teus abraços,
do poético fato de lhe ver dormindo,
mas sei que tenho que continuar seguindo
e deste modo continuamos sempre fugindo;

Mas antes que eu siga minha estrada,
a agradeço por toda sua amizade e carinho,
espero que nesta nossa distinta caminhada
Eu reencontre seus sorriso no meu caminho.

E mesmo o hoje sendo no amanhã um passado
e mesmo que tenha sido somente uma noite ao seu lado,
acabastes por me deixar mal acostumado
Imaginando nosso fugaz momento num inesquecível quadro
e com compulsivas reações de sonhar acordado.

Deste modo morena em meio a madrugada que me acena
Eu trafego nas lembranças de você minha pequena
E entre um trago de café e outro de poema
Encerro este pequeno texto pra você minha bela açucena.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Pensamentos Soltos

Pensamentos soltos, sem nexo
Sem complexo,
Um verdadeiro retrocesso,
Imediatismo de ordem e progresso
E mais uma vez eu regresso
Sem ter sucesso,
Com o mesmo gosto, sentindo o pregresso
E sem condições e notar tudo o que meço,
Mais uma vez a um sonho me arremesso
E todas consequências já compram seus ingressos.



Muito prazer meu nome é ninguém

Hoje descrevo-me amargo feito fel,
Puro ácido corroendo transcrito no papel,
Dilacerando assim corações de mel
E reluzindo trevas no infinito céu.

Hoje sou os restos de mucosas de seu útero,
Quiçá os dejetos do esgoto da vida,
Declaro-me fruto dos desgostos germicidas
e ambiguamente retalhos de carnes do sepulcro.

Ontem eu fui tempo, solidão e cordel,
Não obstante do tempo eu sempre estive ao léu, 
Transfigurando orgasmos de bordel
E desfrutando os passos ardentes de Gardel.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Que seja Doce

Eu segui feito um beija-flor
Deixando um pouco de mim
em todas que encontrei no jardim,
Para ver se assim todo o néctar da mais bela flor chegava ao fim;

E nesta causa em prol de mim
Vi meu egoísmo destilar-se em um gosto ruim
E despertei paixões e ilusões
como em flechas lançada por um anjo querubim.

E no meio deste tiroteio sem fim
Deixei um pouco de mim,
Sem expectativa e sem emoções
Cultivando ainda o mesmo néctar da mais bela flor do jardim.

E assim busco seguir sozinho
buscando meu caminho,
sem malícia e sem carinho,

sem alarde sem murmurinho.

Agora entendo Belchior!

Tudo passa, nada para no lugar
minha cabeça entra em desconexo a todo este processo
E no meio desta correria
Botafogo entra em constante retrocesso e progresso

A cada passo, a cada esquina
Mais um assalto a outra menina
A cada cerveja, a cada boemia
A ilusão é uma ilusória mina

E o que se corre na retina
Se volta numa rotina
Que parece não ter tempo para uma faxina
Ou para uma boa conversa amiga na surdina

Carros passam, ônibus correm e param
E meu mundo recorre e se dissolve
Tudo me acalma, me comove
Tudo me envolve e me move

Nas lembranças há um tanto de saudade
Um muito de serenidade
E logo depois volto a realidade
Me condenando pelos erros
E sentindo maturidade

Segue-se assim este corre, corre,
Para-se assim esta vida remota
Semelhantes a robôs e patotas

Descubro a vida real em outra rota.

Todas Iguais.

Ele não a esquecia
E ela se escondia,
Ele a detestava na mesma proporção que a queria
E ela somente orava.
Ele a culpava
E ela hipocritamente se esquivava,
Ele sofria e calava
E ela mentirosamente a seu ex disfarçava.

Ele só queria desfrutar o puro sentimento despertado
E ela queria condenar a  quem fosse conveniente o julgado,
Ele se jogou como quem tivera despertado
E ela achou conveniente duvidar e torná-lo culpado,
Ele só queria estar com ela ao seu lado,
Mas ela sempre se esquivando, acovardando
E achando conveniente culpar seu passado.

Ele erroneamente agiu de romântico apaixonado
E ela procurou fazer do seu presente o seu passado,
Ele se quer teve carinho, atenção dela que estava ali ao lado
E ela mudou da água para o vinho
Aparentemente a que ele conheceu para em outro lugar ter ficado.

No fim lhe restou ser desprezado
E a ela falsas lágrimas no seu mundo alienado,
Ele seguiu seu rumo sem esperar nada reservado
E ela seguiu se dizendo de fé
porém praticando o que até então julgou ser errado;
assim seguiu na sua forma de aparecer seu exterior limpo
enquanto seu interior segue incrivelmente empuerado.

Mas no fim a quem ela enganava?
Mas depois de tudo como se dizer de fé
na mesma proporção a que o próximo magoava ?
E no recomeço de tudo
Será que mentir a si mesmo

é a melhor forma de se esconder na palavra ?

Rio de Lembranças.

A cada manhã, a cada sol
A esperança se levanta,
Dos meus olhos vistos no sorriso de uma criança
E nas lembranças da bela que ainda me encanta.

A cada tarde fria que chega
A solidão segue a ser o meu fim,
Por mais que sejam muitos os amigos
E por mais que existam muitos junto a mim;

Dentre todas as noite que surjem
Meus passados se passam como abutres
E correm lágrimas e raivas
Entornadas e embebidas de azedumes.


terça-feira, 19 de maio de 2015

Poema ala Renato Russo

Logo você que eu achei ser diferente
A qual jurava que ia ser pra sempre
E por tamanha confiança me desarmei;
E a ti dei meu coração, simplesmente o entreguei.

A sua corda lançada me agarrei,
Sem medo ao seu mar me joguei,
Mas como todas as outras me decepcionei;

E agora sinto mesmo o mesmo gosto amargo
Que tantas vezes  já amarguei
E mais uma vez errei;
Achei enxergar em nós a felicidade
E sem querer me apeguei,
Deste modo o coração de gelo derreteu-se
E a tua corda lançada me enforquei.

Phelipe Gomes

Poema à Palo Seco

É estranho,
Mas você não sai de mim,
Mesmo tentando te expelir
Todavia é você que me vem antes de dormir;

E todo Céu que eu venha a colorir
É você meu colibri,
Encontrei em você a razão para partir.

Mesmo estando meu coração em pedaços
Não consigo esquecer tamanha paixão
E assim me condeno tanto
Que acabo condenando outras por engano
E nesta dança sigo te amando,
Mesmo evitando a cúmplice solidão;

E na tentativa de te evitar,
Cada vez mais
É você que me vem no olhar
E continuamente em minha imaginação
Vislumbro você voltando,
Chamando-me de amor
E pedindo perdão.


Phelipe Gomes

quarta-feira, 15 de abril de 2015

ARCADISTA BRASILEIRO



Eu e você de mãos dadas sem explicação
Sem preconceito, sem razão,
Querendo tudo, buscando nada;
No fim teus braços são os meus abraços
No meio, o seu carinho é a minha cilada;

Eu e você um caso complexo pra se viver,
Uma solução possível a todos os dilemas,
Um trago certo para os poemas;
Variáveis solucionáveis aos problemas.

Eu, você e a multidão um refúgio obsoleto
Estando nós amiúde a se esconder;
Estando nós em um só ser
Estando nós folgazando de aparecer.

Eu, você e minhas mágoas
Eu, você e um iceberg
Será que somos sinônimos?
Será que você é o meu definitivo albergue?

Sendo assim, continuamos sendo sós, eu e você,
Ou melhor por enquanto é só eu, eu, eu....
Ou pode ser só Solidão, solidão, solidão ...
Ou pra deixar subentendido pode ser eu e você.

Décadence Avec Élégance


Foi-se em boa hora um romântico,
Quiçá um adolescente,
Que de tal modo semântico
Sentiu-se doente
Por não sentir ecoado seu cântico.

Foi-Se embora um homem,
Quiçá um menino,
Que se viu sozinho
Sem destino,
Sem carinho.


Foi-se um trabalhador,
Quiçá uma criança,
Que de tamanha paixão
Não aguentou a solidão
E preferiu a morte que a dor da lembrança.


Phelipe Gomes

Coração Às Avessas

Meu sólido coração
Se foi indo
E assim se esvaindo,
Ardendo,
Dilacerando,
Corroendo,
Remoendo e partindo
E assim seguindo
Simplesmente se foi,
Se foi .

Foi-se partindo
Foi
Partindo
Partiu...

Phelipe Gomes

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sentimento Puro

Acordar mais um dia
E não visualizar seu sorriso em minha mente seria um delírio,
Um martírio ao meu novo mundo
Que antes tão imundo
Agora planta frutos de uma semente romântica antes arrancada,
Que agora se acostumou com sua presença encantada
E que me toma os poros o cheiro desta doce relação exalada.

Acordar mais um dia
E não lhe desejar, seria uma loucura
Uma insana tortura ao meu novo eu,
Que já andou tantos caminhos
E agora encontra em você
Um verdadeiro presente que Deus me deu.

Acordar mais um dia
E lembrar de você é uma incansável rotina
É minha cura, é minha medicina,
A cada dia penso em ser para você nosso futuro,
De sermos uma só vida,
De ser você minha encantadora sina
E de viver eternamente este puro sentimento
Que me toma conta e me fascina.
Phelipe Gomes



quinta-feira, 9 de abril de 2015

Corte de Dores


Olha o bobo e seu coração puro,
Assim quem sabe fica em apuro,
Querendo só respirar uma ar puro,
Pois neste mundo imaturo
Torna-se complicado seu futuro.

Olha o bobo com sua vocação de fazer rir,
Mas que não tem ninguém que o faça o mesmo
E ninguém que o acompanhe por aí.

Olha o bobo com seu romantismo ultrapassado
Chorando só pelos cantos,
Por conta de mágoas do passado.

Olha o bobo e seu olhar de peixe morto,
Triste a navegar pelos seu cais sem porto,
Sempre pensando em fazer o bem ao outro,
Mas sempre tratado como um louco
E sem conseguir cultivar uma rosa pro seu horto.
Phelipe Gomes


Religião


Engraçado, meu Deus não possui religião,
Igual muitos pregão no meio da multidão,
Igual muitos cantam na mesma canção,
Igual muitos que se recusam a compartilhar o mesmo pão.

Engraçado, meu Deus não impõe castigo,
Mas muitos metem e se refugiam neste abrigo,
Mas muitos tratam a vida com perigo,
Mas muitos tratam o irmão como inimigo.

Engraçado, meu Deus me deu livre arbítrio,
Porém alguns insistem ver calor no frio,
Porém muitos procuram chuva no calafrio,
Porém muitos não enxergam a oportunidade com brio.

Engraçado meu Deus é amor,
Mas os que pregam são os que mais causam dor,
Mas os que profetizam vem na pureza um horror
E veem na beleza da vida, um verdadeiro pavor.
Phelipe Gomes



quarta-feira, 4 de março de 2015

Beleza Paulistana

É sua imagem o fascínio que me vem ao amanhecer
Quando fecho os olhos me pego pensando em você
E quando me encontro
É no seu encanto que fico a mercê.

Por mais que pareça insano
Toda esta minha forma de se declarar,
Quero que saibas
Que são teus olhos todos os reflexos do meu olhar
E a verdade e que em ti não paro de pensar.

E logo eu que andei oásis de emoção
Sinto falta do áudio de sua voz
Das suas brincadeiras e de sua provocação;
A verdade é que eu já não controlo mais
As batidas rítmicas do meu coração.

E ainda que a distância entre nós
Se faça presente;
A paz que nossas conversas me passam
Torna esta enorme distancia ausente.

E assim me despertas agora o que até então não me partia,
Surpreende-me o que até então não existia.
Agora é você minha inspiração,
A musa de minha poesia.
Agora é você
O rir do meu riso,
A companhia que preciso,
O canto do meu encanto,
O fascínio das minha doce e frágil psicologia.
Phelipe Gomes


Graciosidade Receosa

A presença do teu encanto em adolescente me tornei,
Ao som de sua doce voz pairei
E sem me controlar, sem me vigiar.
Simplesmente me apaixonei.

Fizestes ressurgir em mim o que eu já não sentia,
Faz-me um menino que eu já não esperava,
Faz-me rir sem perceber, trafegar o olhar sem me notar,
Sinto que és tu a parte quem em mim faltava.

Meu acordar é sua lembrança,
Você é um desejo ardente, iminente;
Lamento em meu passado por você ter estado ausente
E agradeço a vida por hoje ter me apresentado você de presente.

Phelipe Gomes

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Relato De um Suicida

Olá morte, já estou chegando ao teu recinto
Muito por conta do que sinto
Já não me caibo no que mim tem ocorrido

Esta é a maneira covarde
Sem fazer alarde
De fugir das complicações,
Es tu a melhor desculpa
Para todas as minha omissões ou decepções.

Não sei pra onde vou depois de lhe conhecer,
Não sei em qual porta entrarei,
Se for a do inferno
Que o fogo queime todo este gordo tolo
E este ser humano que me tornei;
Quem sabe assim eu sinta
O que nunca acreditei.
Mas se for a do céus
Que os anjos reintegrem
O que de mim se foi, partiu
Aquilo que um dia em mim existiu
E Que Deus e Jesus tenham piedade
E que com suas bênçãos me reguem.

A minha querida mãe, ao meu pai e minha querida sobrinha
Deixarei todo o meu amor;
Aos meus companheiros
Nada mais justo que deixar todo meu humor;
E aos meus inimigos farei e
Saberei do imenso favor.

Enfim morte, quando vieres
Que você ocorra aos sons da Legião
Com um belo churrasco
Sem choro e contemplado de comemoração.

E a ti vida deixo um até breve,
Para viver as minhas outras ainda não vividas.
E a ti morte venha logo e
Como um sopro de boa sorte
Sare minhas tão calejadas feridas.
Fui....
Phelipe Gomes


Chá de Camomila

Sei minha amiga que não é qualquer poema
Que cicatrizará as feridas que vim a te causar,
Sei o tamanho do mal que te fiz
E sei o quanto que te magoei,
Entendo seu afastamento
E todas as formas que tens para me evitar;

Afinal acabei sendo um veneno em meio a sua magia,
Acabei sendo o triste contrates de tua alegria,
Sei também que pouco irá mudar depois de minha poesia.

Mas e que meu ser embriagado, tolo e arrogante
Agora dar passagem para aquele bom sujeito de antes
Já não trago e não uso vestígios delirantes.

Sei que em meio ao vicio que me dominava
Perdia as pessoas que só me faziam bem
Que verdadeiramente de mim gostava.

Sei que o arrependimento não pode ser medido
Sei o quanto que o vício foi meu maior inimigo
E que assim como você
Foram muitos os amigos que se foram partindo.
Que repudiando-me se foram indo
Deixando-me apenas com este relato
De como os quero de volta e o quanto que estou arrependido

A caminho de casa



Várias horas perdidas dentre tantas ainda não vividas
Parecendo cheirar a carreira da minha intolerância,
Por meio das reticencias da minha imponência
Levo esta mesma vida como uma criança
Sem marca alguma de inocência.

Sei o quanto tudo isto ganha tons piegas,
Mas a realidade e que transformei minha vida em sequencias de guerras,
Tentando desfazer todas sequelas
Acabei por ver e por fazer mais delas,
Ocasionei maiores brechas.
Sai assim de cena o boêmio tolo e arrogante
E volta o careta de outras horas
Pelas mesmas portas que haviam ficado abertas

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Doce Amargo das Veredas

Ah meu coração!
Que já não sabe se comportar
Já andou por tantas veredas que muito de si perdeu
Tentando por muitas destas se encontrar.

Ah solidão!
Deserta casa duplamente faceada
Lar em que o inferno é a porta dos fundos
E o céu é a porta de entrada;

Ah coração em solidão!
Berço onde minha insanidade tem sido minha morada
Por algumas vezes quase pulo o muro
Mas em outras tantas sempre sigo pela mesma porta de entrada.
Phelipe Gomes.






terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Maré Carioca

Não posso lhe prometer o que presente não me deixas cumprir;
Não me vejo preso as renuncias que terei que fazer
Sou um devaneio vento a partir,
Só posso ao fim lhe prometer
Que serei a brisa que te acalma,
Que te conforta a alma
E que te cubra de prazer.
Phelipe Gomes

Morena

A maior prova da tua realeza e a busca por atenção
Em certo momento pensei que fostes esta tua intenção
Mas sempre sou eu que corro aos teus braços
Que me perco ao encontrar tantas palavras em vão;
Que de ti parecem não quererem partir
Que em ti não vejo, não escuto...
Nem se quer percebo um lampejo ou se quer uma interrogação.

Phelipe Gomes

TARDIA REBELDIA

Eu sou todos os recreios não vividos
Quem sabe o resultado de todo amor  
E de todos puros sentimentos não correspondidos.

Convenientemente sou lapso dos acasos que a vida me causa
Que em prol de uma real caça, talvez o que me basta
É ver na boemia uma fuga para todas as desgraças;

Não sei se todas dores e desamores
Se encontram nos dessabores de uma cachaça
Ou quem sabe na suavidade de uma cerveja
 Mas sei que sempre no acordar
De toda ressaca e de toda barulhenta pirraça
Sempre espero que aquele rosto reluzente de mim
Eu nunca mais veja.

Phelipe Gomes

O Poeta Boêmio

Na tentativa de fugir eis me aqui
Um não sei o que de mim
Talvez um alguém que habitava
O que a mim cabia de pior
Um disfarce entre tantas as faces
Do que eu sempre escondo de melhor;

Aqui jaz um ser humano
Uma decepção que não condiz com o engano;
Nem que combina com um pre julgamento insano
De me analisares metricamente certo
Ou da ilusória figura de  bom moço 
Que nutria-se de um meticuloso plano.

Aqui está o que se partira em cacos
Que desoladamente colados
Fez-se o meu retrato:
Feio, Frio, vazio...
Que visto como um todo
Em um outro astucioso angulo
Nada mais é que uma junção de inúmeros pedaços.
Phelipe Gomes