segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Iludir-se


O cair da noite
Traz-me a cabeça o que me espera amanhã,
O que se mostra a mim no esconder das expectativas
No debruçar das esperanças, no meu olhar de criança.

O cair da noite
Traz-me a indagação do amanhã,
Quais serão os braços da vida que irão me acolher,
Se a vida me dará braços o suficiente para fortalecer-me,
Se esta terá cobertores o suficiente para aquecer-me.

O cair da noite
Traz-me a certeza do incerto,
A busca do melhor para se viver,
As lembranças das novas possíveis aventuras,
A nostalgia da realidade,
A esperança de o inesperado acontecer.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Contra o Tempo e Contra Alguns

Minha miopia tornou-se cega
Diante de tamanha beleza
Emitida pela imensidão da natureza cearense,
Meus extintos e sentimentos mais puros se adornaram
Com todo charme da preciosa serra.
Serra esta refletida em mim
Das formas mais variadas,
Escrita nas melhores histórias
Das páginas da minha vida,
Serra esta na qual fui a dor, o vento,
Intitulei-me vagabundo, aventureiro,
Despertei adrenalina, nostalgia e fascínio,
Senti-me um menino
E um verdadeiro desatino.
E no fim do cume da descida
Senti em mim um muito 
de cada lugar visto e vivido
E senti deixar um pouco de mim 
Por todos os lugares que passei.
Phelipe Gomes

domingo, 1 de janeiro de 2012

1º de Janeiro de 2012


A esse belo amor de tantas faces!
Com diversas vírgulas e reticencias,
Cheio de quereres, compreensões, paciência.


Amor que se reinventa e se reencontra de várias formas e jeitos,
Repleto de qualidade e com mútuos defeitos,
Construindo a face dos trajes que os traços vestem,
Revestindo o inesperado com retoques medidos e prováveis.


A esse amor sinônimo do antônimo do amor alheio.
Indefinível forma de se compreender.
Convenção do sentimento que não pode ser medido.
Um sintoma, uma cura, um vício.
Sendo muitas vezes a bela forma de odiar,
É por outras tantas a mágica de se doar, se entregar
E em sua maioria a inconsequência da eloquência de enganar-se.]

Phelipe  Gomes

O que meio veio na cabeça ?

Como é bom amar o amor,
Mas de longe, distante,
Apenas expectador,
Pois entregar-se a ele
Já é uma dolorosa forma de amor.

Como é bom contemplar o amor,
Disfarçando em gestos o visível,
Traduzindo nas páginas em branco o invisível.

Como é bom amar-te amor
Amante inoperante, inofensivo,
Mistura da dor e da alegria,
Autor do despertar de uma vida. 
Phelipe Gomes