quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Garçom traga-me um psicólogo por favor !

O que fazer para seguir ?
As ofensas não são minhas
Para onde ir ?
Eu corro procuro abrigo
Mas a verdade é que ninguém deve assumir
Aquilo que me torna mais um dentre todas as pessoas mesquinhas


Não é de mim
Todas as ofensas não partem da minha cabeça
Eu ainda rezo para que elas sumam,
Para que toda esta loucura desapareça

Mas como uma tortura, sigo um dia de cada vez,
Procurando uma cura que nela esteja a paz que eu mereça
Esperando uma alegria que toda pessoa deseja
E podendo me fazer um cidadão comum
Em que deste modo todas estas vozes sumam de vez e assim me esqueça.

Eu acordo e durmo simplesmente buscando ser mais um cidadão comum
Querendo ter o direito de poder fazer uma oração,
De ler, comer, de não ter repetidas ações ao mudar o canal da televisão.

Assim esta doença vai sequestrando minha vontade de viver,
A minha esperança de vencer
E minha identidade só tende a se perder,

Enquanto a insegurança vem a se engradecer
E uma vontade de aniquilar esta dor que não esquece meu ser.



Memórias Póstumas de Brás

O silencio da alma é o vazio inculto do que não fui,
O silencio do que habita em mim
É improprio até a próxima ordem,
São folhas brancas de cetim.

Há o que se partir,
Têm de infringir o que a tortura capilarmente destrói,
Não sei de onde vem esta acidez que me corrói
E não sei se qual o material para desta ponte que se constrói.

Só sei que meus sonhos se perderam
Como trituras em um moinho
E já não faz mais sentido viver em devaneios
Afinal o bom sujeito concretizou-se em um ser mesquinho.

Que assim venha meu descanso em paz
E na posterioridade meu ser estará tatuado com respeito e carinho,
Afinal sempre paguei a prestação de ser prestativo

Mas estava escrito este meu silencioso caminho.

sábado, 17 de outubro de 2015

Repertório Antigo

A solidão me consome
Trancafiado em um quarto de ilusões
Rasgando meu peito toda a saudade projetada
Toda a minha infância me saltam os olhos pela janela
E ingerem todas aquela época de forma engasgada;

Meu mundo retrocede
Eu vejo meninos correndo e se escondendo
Chego até ouvir gritos
E a sentir falta daquele silêncio me remoendo;

Nesta passada segue a Nostalgia
Rasgando a carne e queimando por dentro
Assim como o tempo se foi corroendo,
Assim como as folhas foram caindo, desaparecendo
Porém dentre tantas páginas já escritas
As da minha velha infância são as que sigo lendo.