quinta-feira, 16 de julho de 2015

Que seja Doce

Eu segui feito um beija-flor
Deixando um pouco de mim
em todas que encontrei no jardim,
Para ver se assim todo o néctar da mais bela flor chegava ao fim;

E nesta causa em prol de mim
Vi meu egoísmo destilar-se em um gosto ruim
E despertei paixões e ilusões
como em flechas lançada por um anjo querubim.

E no meio deste tiroteio sem fim
Deixei um pouco de mim,
Sem expectativa e sem emoções
Cultivando ainda o mesmo néctar da mais bela flor do jardim.

E assim busco seguir sozinho
buscando meu caminho,
sem malícia e sem carinho,

sem alarde sem murmurinho.

Agora entendo Belchior!

Tudo passa, nada para no lugar
minha cabeça entra em desconexo a todo este processo
E no meio desta correria
Botafogo entra em constante retrocesso e progresso

A cada passo, a cada esquina
Mais um assalto a outra menina
A cada cerveja, a cada boemia
A ilusão é uma ilusória mina

E o que se corre na retina
Se volta numa rotina
Que parece não ter tempo para uma faxina
Ou para uma boa conversa amiga na surdina

Carros passam, ônibus correm e param
E meu mundo recorre e se dissolve
Tudo me acalma, me comove
Tudo me envolve e me move

Nas lembranças há um tanto de saudade
Um muito de serenidade
E logo depois volto a realidade
Me condenando pelos erros
E sentindo maturidade

Segue-se assim este corre, corre,
Para-se assim esta vida remota
Semelhantes a robôs e patotas

Descubro a vida real em outra rota.

Todas Iguais.

Ele não a esquecia
E ela se escondia,
Ele a detestava na mesma proporção que a queria
E ela somente orava.
Ele a culpava
E ela hipocritamente se esquivava,
Ele sofria e calava
E ela mentirosamente a seu ex disfarçava.

Ele só queria desfrutar o puro sentimento despertado
E ela queria condenar a  quem fosse conveniente o julgado,
Ele se jogou como quem tivera despertado
E ela achou conveniente duvidar e torná-lo culpado,
Ele só queria estar com ela ao seu lado,
Mas ela sempre se esquivando, acovardando
E achando conveniente culpar seu passado.

Ele erroneamente agiu de romântico apaixonado
E ela procurou fazer do seu presente o seu passado,
Ele se quer teve carinho, atenção dela que estava ali ao lado
E ela mudou da água para o vinho
Aparentemente a que ele conheceu para em outro lugar ter ficado.

No fim lhe restou ser desprezado
E a ela falsas lágrimas no seu mundo alienado,
Ele seguiu seu rumo sem esperar nada reservado
E ela seguiu se dizendo de fé
porém praticando o que até então julgou ser errado;
assim seguiu na sua forma de aparecer seu exterior limpo
enquanto seu interior segue incrivelmente empuerado.

Mas no fim a quem ela enganava?
Mas depois de tudo como se dizer de fé
na mesma proporção a que o próximo magoava ?
E no recomeço de tudo
Será que mentir a si mesmo

é a melhor forma de se esconder na palavra ?

Rio de Lembranças.

A cada manhã, a cada sol
A esperança se levanta,
Dos meus olhos vistos no sorriso de uma criança
E nas lembranças da bela que ainda me encanta.

A cada tarde fria que chega
A solidão segue a ser o meu fim,
Por mais que sejam muitos os amigos
E por mais que existam muitos junto a mim;

Dentre todas as noite que surjem
Meus passados se passam como abutres
E correm lágrimas e raivas
Entornadas e embebidas de azedumes.