sexta-feira, 4 de março de 2011

Raso profundo


Um trago
Um vinho
uma música
 e as lembranças correm

Esvaem-se
Feito sangue de um ferido
Feito vômito de um bêbado
Feito um filho ao nascer
Feito um ano que nasce sem existir

 um copo
uma dose
Uma letra
E as lembranças voltam

Feito uma criança tímida
Feito um bom que a casa torna
Feito a monotonia do atordoado dia
Feito a cicatriz de uma ferida

E neste silêncio barulhento e absurdo
Nesta paciência de tumulto
A vida começa
E a esperança se renova
De afastar esta que me encerra
Que ludibria minha existência
E que rouba aos poucos a vida
                               PHELIPE GOMES

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